Pequenas quantidades de compostos contendo urânio foram utilizadas na fabricação de alguns tipos de vidros e esmaltes em objetos decorativos. Esta técnica permaneceu em uso entre 1830 e 1940, decaindo bastante até os idos de 1970, pela percepção que a presença da radioatividade poderia representar algum risco.
Uma das características destes vidros que contém urânio, também chamados de vidros vaselina, é apresentar um brilho esverdeado quando exposto à luz ultravioleta (luz negra). Tal brilho não tem relação direta com fenômenos ligados à radioatividade, sendo oriundos da fluorescência do material.
A mesma fluorescência pode ser percebida, em tons azulados, na água tônica gaseificada que o pequeno copo contém. Neste caso o brilho é devido à presença de pequenas quantidades de quinina no refrigerante.
O manuseio deste tipo de vidro não representa risco sério para a saúde, sendo apenas motivo de preocupação em casos de consumo contínuo de bebida com elevada acidez ou alcalinidade, que resultariam em ingestão de pequenas quantidades de urânio. Medidas realizadas com um contador Geiger acusaram valores em torno do dobro da radiação de fundo.
Em contraposição, a quinina na água tônica teve a sua origem no uso de bebidas contendo a substância no tratamento da malária, e permanece atualmente no refrigerante mais por uma questão de sabor do que terapêutica.
O pequeno copo foi encontrado pelo Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle, no ´Martha Antiquário´ em Bagé, estabelecimento que gentilmente doou a peça para a Universidade Federal do Pampa.
Texto escrito por Prof. Dr. Luís Roberto Brudna Holzle ( luisbrudna@gmail.com ).
Imagem em comemoração à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
Imagem sob licença Creative Commons
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